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Caros amigos,o objetivo do Blog é compartilhar informações, opiniões e experiências sobre escaladas e divulgar o incrível potencial que a região de Nova Friburgo possui para a prática desse esporte. Disfrutem, deixem comentários e compartilhem sempre que quiserem suas aventuras pelo mundo afora! Sejam sempre muito bem-vindos! Um forte abraço e boas escaladas!!!

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sábado, 24 de março de 2012

Escalada do Vulcão Villarrica 2.847m (Chile)

Vulcão Villarrica, 2.847 metros de altitude, visto do inicio da caminhada.

Em Janeiro de 2011 resolvemos, eu e minha esposa Claudia, fazer uma viagem até a cidade de Pucon, no Chile, para escalarmos o famoso Vulcão Villarrica, que ainda está em atividade e soltando uma característica fumaça branca de enxofre muito da mal cheirosa.
Para aqueles que estão interessados em conhecer esta região que conta com diversos lagos e vulcões, pelo mesmo roteiro que fizemos, seguem algumas dicas:
o chegar na cidade de Santiago do Chile é possível comprar passagens de ônibus direto para Pucon, que custa em média 8900 Pesos chilenos, eu recomendo a empresa Tur Bus,  a viagem dura cerca de  10 horas e o ideal para quem quer economizar em hospedagem e não sentir as horas de viagem é viajar à noite, além de dormir a viagem toda você não gasta em hospedagem neste dia. (Os ônibus, muito diferente do Brasil, são muito confortáveis.)
Em Pucon existem inúmeros albergues, pousadas, hotéis e um inimaginável número de agências de turismo de aventura, além de supermercados e casas de câmbio.

Mas... vamos a escalada:

Estacionamento das vans.Último ponto com banheiros e início do teleférico que corta as morainas.


              Para escalar o Vulcão Villarrica, se você não for um guia credenciado, há duas opções: uma é ir clandestinamente, o que não recomendo pois você terá que furar o parque a noite e se te pegarem você nunca mais poderá escalar esta montanha com uma agência que é a segunda opção ou melhor dizendo a primeira opção. Aconselho a agência de turismo Aventur, que são muito profissionais e os equipamentos são todos novos, em ótimo estado, os guias credenciados e bem experientes, mas não custa nada pechinchar nas ruas de Pucon, porque como disse, existe um número enorme de agências oferecendo serviços de escalada, rafting, bike, entre outros atrativos. A escalada do vulcão custa em media 90 a 100 dólares  por pessoa, incluindo todo o material necessário, dois guias, transporte e a entrada do parque.



Teleférico do Villarrica e o final da estação do teleférico.        

Saímos de Pucon, as 7:00 horas da manhã com o dia parcialmente nublado e bem frio, seguimos de van por cerca de 30 a 40 minutos até a entrada do parque onde fica o Vulcão Villarrica, após nossa entrada ser autorizada, seguimos mais alguns minutos por uma estrada de cascalhos vulcânicos até o teleférico onde a van nos deixou para iniciarmos a subida.

O crowd no inicio e na crista da escalada do Villarrica.

Enfim, a escalada!
A escalada do Villarrica começa num caminho de cascalhos entre morainas, umas pequenas rampas de gelo e cascalhos vulcânicos, assim estava o caminho na época em que estivemos na montanha, mas em outras épocas a neve começa na entrada do parque.
 Ao atingirmos determinado ponto da subida tínhamos duas opções, caminhar ou adiantar a subida utilizando um teleférico, optamos, todo o grupo, por pegar o teleférico, que custa 16 mil pesos chilenos para subir e descer, para ganharmos tempo uma vez que economizaríamos uma horas de caminhada e nos afastaríamos do verdadeiro crowd da escalada do villarrica, que em um só dia a montanha recebe cerca de 200 ou até 300 visitantes.

 As rampas de gelo mais inclinadas da escalada do Villarrica. 

 Após chegarmos ao topo do teleférico e as primeiras rampas de neve, os guias dão uma aula, se é que podemos chamar assim, de como devemos caminhar na neve com o piolet de caminhada e o que fazermos em caso de quedas com o piolet para podermos parar e não despencar montanha abaixo. Confesso que achei aquilo muito inútil uma vez que eles não nos fizeram treinar ou simular uma queda usando o piolet, e também fiquei surpreso que não iríamos subir encordados e apenas com as botas plásticas sem os crampões que estavam na mochila ao invés de colocarmos nas botas.   Acredito que no caso da tragédia deste ano em que o brasileiro Felipe, de Macaé, e o Mexicano, que morreram na montanha após despencarem ladeira abaixo por mais de 600 metros.  Se eles tivessem feito alguns treinos em quedas na neve estivessem usando os crampões e tivessem encordados, talvez  estivessem vivos para contar suas histórias hoje! 

A escalada.

Últimas rampas de neve e o inicio do caminho de pedras até o cume do Villarica.


Diante da situação e já tendo muitas experiências anteriores em escaladas e caminhadas em gelo, pedi para Claudia caminhar na minha frente a fim de passar mais segurança à ela e em caso de uma queda eu tentar agarrá-la, evitando o pior, uma vez que era a primeira experiência dela neste tipo de terreno gelado. 
A escalada é relativamente fácil, cerca de 4 a 5 horas de subida e descida, e devido ao grande fluxo de gente na montanha, o caminho já havia virado uma enorme canaleta de neve, que em alguns trechos chegava a uma inclinação entre 65˚ e 75˚. Era impressionante a quantidade de pessoas na montanha, nem quando escalei o Aconcágua, na Argentina, eu tinha visto tanta gente em uma única rota para se chegar a um cume.
No inicio, a temperatura estava bem agradável e sem vento, mas após algumas horas de caminhada e ganharmos mais altitude começou a esfriar rapidamente e o vento a soprar cada vez mais forte, paramos para lanchar e colocar mais umas camadas de roupas e os anoraks, e continuamos seguindo montanha acima .

 Claudia, se protegendo da fumaça de enxofre e a cratera no cume do Villarica. 

Após algumas horas chegamos às rampas de cascalhos e pedras, sinalizando que estávamos agora bem próximos do cume e já dava pra ver a enorme nuvem de fumaça que o vulcão expelia e um número grande de pessoas em seu topo.
 Mas alguns metros e enfim chegamos ao cume de 2.847 metros de um dos vulcões mais bonitos e famosos de toda Cordilheira dos Andes. Logo que chegamos, fomos recebidos pela nuvem de fumaça de enxofre que nos tirou o fôlego, quase caímos duros ali mesmo. Era quase impossível respirar, tínhamos que cobrir a boca e o nariz com um pano para escapar da fumaça.

Vulcão Lanin 3.125 metros, na Argentina visto do cume e eu no cume do Villarrica 2.847 metros.

Após o vento começar a soprar para o outro lado que estávamos e podermos voltar a respirar normalmente paramos para descansar, comer, beber água e sacar muitas fotos e claro, Claudia queria era mesmo tirar muitas fotos.
Tentei avistar a lava no fundo da enorme cratera no topo do vulcão, mas a fumaça era insuportável, e como só podemos ficar no cume por cerca de 15 a 30 minutos, por questões de segurança, começamos a nossa descida, que sem dúvida é a parte mais legal de toda a escalada e a mais perigosa também.
Borda da cratera do Cume do Villarrica e eu e Claudia no cume.


As agências fornecem uma proteção para as nádegas. É isso mesmo, para a bunda, para podermos despencar ladeira abaixo na montanha no famoso “Skibunda”. Era divertido e ao mesmo tempo não podia dar mole porque a velo que o negócio pegava era coisa de doido, tínhamos que ir freando com o cabo do piolet senão não parava mais, só quando chegávamos num platô de neve fofa.

 Teve uns caras que no final da descida pegaram uma velo tão grande e não se deram conta que a neve estava acabando e acabaram rolando cascalho abaixo se ralando todo, ai se não fosse a proteção para bunda!  


Inicio da descida de Skibunda e a fila de clientes esperando sua vez de descer.



Após toda esta diversão, que saímos ilesos, foi só alegria, não quisemos pagar o teleférico para descer, caminhamos pelo caminho de cascalhos empoeirado e pensei como valeu a pena pagar o teleférico para subir e não ter que caminhar na poeira vulcânica. Mais alguns minutos e já estavámos na tão sonhada van de volta para Pucon e indo para as termas relaxar um pouco e descansar mas.... isso já é outra história. Boas escaladas!         

Final da descida do teleférico até as vans e a nossa equipe de clientes e guias.